quinta-feira, 5 de novembro de 2015

04.11.2015

Deixa eu ver... Ontem dormi lembrando de todas as vezes em que te escrevi chorando. Acho que vou repetir a façanha. Chorei quando lembrei também. Hoje não consigo escrever as coisas que pensei em escrever ontem. Bem, eu me lembrei de quando você me disse que me amava de todos os jeitos, que conseguia me amar como mulher, como amiga e até como irmã. Depois de tantos meses sem falar contigo, agora parece que dei um pause no filme e agora o play, como se o tempo não tivesse passado de lá para cá. Como se a revolta que eu senti e as pessoas que passaram na minha vida nesses meses fossem de uma dimensão diferente da nossa. Acredito que passado toda aquela turbulência, alguma coisa ficou dentro de mim, algo tão compacto e ao mesmo tempo tão impalpável. É como se fosse um bloco sem fissuras e sem poros, impenetrável, mas que eu não consigo encostar. Não sei exatamente o que eu sinto por você hoje, afinal, eu acredito que amor é uma energia que flui de ambos os lados e só posso falar por mim, mas o que vc representa para minha vida, ainda hoje, é inegável. Eu ainda consigo me lembrar do quanto eu me sentia completa perto de você, como se todos os meus buracos, todos os meus abismos fossem preenchidos pela sua atenção. Apesar de tudo, você ainda é o homem que eu mais admiro no mundo. Você está dentro daquele bloco impenetrável e impalpável. Eu sei que se não for você, será alguém como. Estou feliz em te escrever novamente. Estou feliz por esse sentimento não me fazer sofrer mais. Te amo desde as primeiras notas de Chopin, e agora eu sei que não era porque estávamos próximos, que apesar do tempo que passou, o bloco de concreto ainda está lá, impalpável e impenetrável.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

17. ago. 2014

Meu amor, meu amorzinho. Estou curtindo meu fds como você me sugeriu, espero que esteja curtindo o seu também. Vou pedir a Deus para te encontrar nos meus sonhos. Espero dormir muito e ter lindos sonhos com você. Amo muito você, meu anjo!!!

17.ago 2014






AS palavras de amor que nunca foram ditas....
Palavras de amor. Isso é tão lindo. Amor é um objeto imaterial, então acho importante deixar as marcar de desse tempo de felicidade e desse milk shake de sensações que chega a quase transbordar. Transbordar. Estou lendo um livro sobre transtorno border line. Me identifiquei com as características, mas ao ler a obra de autoria da Ana Beatriz Barbosa e Silva, percebi que tenho apenas traços. Isso é muito bom, porque ser um pouco border como eu sou já é uma suficiente tragédia, imagina ser uma border como nos casos descritos. Bem, é bom saber que o border distorce a realidade, porque assim, eu posso controlar um pouco meu mundo fantasioso de rejeição e ciúme. Depois parei para observar que eu supervalorizo o que considero rejeição e minorizo as atitudes de amor que as pessoas têm por mim. Deu para entender um pouco me vazio existencial e minha fluidez de personalidade. É incrível como eu já consegui ser uma super mãe "canceriana", e agora consigo ser uma relapsa mãe "ariana". A astrologia, mesmo sendo considerada pecado, pelo menos pela vertente de Iung, me traz uma ajuda para esse meu temperamento explosivo. Hoje eu sinto que eu me aceito bastante e me culpo bem menos por ser assim como eu sou. Na verdade, eu passei minha vida tentando me enquadrar em um perfil social que as pessoas me exigiam. Então eu descobri que eu gosto de ser assim, totalmente e eternamente criança. Que infelizmente eu nunca vou ser uma mãe perfeita e que a postura que eu tomo diante dos meus filhos é o que vai servir de referencial para eles. Mais tarde, escrevo mais.Vou ligar para a minha menina.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

PS: E o nosso amor continua regado por mensagens e encontros e encantos e mistérios e silêncios e olhares e sorrisos e verdades...

Ainda não terminei

Ainda não terminei, mas apesar de parecer piegas, me parece tão piegas quanto eu sou. Me lembro de Isolda, no filme, dizendo que se não podemos viver um amor, então por que o necessitamos. Se ele é uma irreal nota de perfeição por que tanto procurei, então porque me parece tão real. É como estar no lugar certo do mundo. No nosso mundinho. Em uma redoma de vidro. Então vamos lá....

"Existem determinados momentos na vida em que se experimenta uma abertura da consciência a uma outra consciência, esta outra denominada por Rudolf Otto de numinoso. Este numinoso se refere a uma experiência onde não se sente os próprios limites; experiência de um ser finito que se abre para algo infinito. Esta experiência do numinoso pode ser vivida no encontro de um ser humano com outro ser humano, onde se esquece de si mesmo e ocorre a entrega. É uma experiência de eternidade no tempo onde ocorre a abertura do ser finito ao infinito; experiência transcendente, experiência de profundidade, experiência do numinoso que existe em todo ser humano. Segundo Jean-Yves Leloup, a experiência do numinoso pode ocorrer em um encontro amoroso, no encontro de um espírito com outro espírito, de um coração com outro coração. Esta experiência é a revelação de nossa natureza verdadeira. 

O numinoso é um estado de alma. A experiência do numinoso é o ponto de convergência de todas as religiões, que é a busca do sagrado, do transcendente, de Deus. Rudolf Otto descreve no numinoso "o sentimento de ser criatura", que o ser humano pode experimentar quando compreende sua pequenês diante da majestade do divino.
Precisamos do outro, do sexo oposto para nos tornarmos inteiros. Nossa inteireza só poderá ser encontrada em um relacionamento. Segundo Jung, apesar de o homem ser ao mesmo tempo macho e fêmea (anima e animus), ele não consegue se sentir completo sem o outro. Procurar pela metade que falta é procurar-se a si mesmo, sua inteireza, é completar-se através do outro, para se fazer o Self

Para Leonardo Boff a experiência mais fundamental do ser humano, é a do enamoramento. O sair de si e ir em direção ao outro, que produz uma experiência de êxtase. O amor como experiência de transcendência, o encontro entre duas pessoas que se amam. Existe uma fusão gratificante, onde é possível experimentar a unicidade e a completude. 

Platão, em O Banquete narra um encontro entre amigos que decidem, através de seus discursos, tecer elogios ao amor e assim o fazem. Destacamos aqui a fala de Aristófanes que ilustra a busca de completude: 

Com efeito, nossa natureza outrora não era a mesma que a de agora, mas diferente. Em primeiro lugar, três eram os gêneros da humanidade, não dois como agora, o masculino e o feminino, mas também havia a mais um terceiro, comum a estes dois, do qual resta agora um nome, desaparecida a coisa; andrógino era então um gênero distinto, tanto na forma como no nome comum aos dois, ao masculino e ao feminino, enquanto agora nada mais é que um nome posto em desonra. Depois, inteiriça era a forma de cada homem, com o dorso redondo, os flancos em círculo; quatro mãos ele tinha, e as pernas o mesmo tanto das mãos, dois rostos sobre um pescoço torneado, semelhantes em tudo; mas a cabeça sobre os dois rostos opostos um ao outro era uma só, e quatro orelhas, dois sexos, e tudo o mais como desses exemplos se poderiam supor. E quanto ao seu andar, era também ereto como agora, em qualquer das duas direções que quisesse; mas quando se lançavam a uma rápida corrida, como os que cambalhotando e virando as pernas para cima fazem uma roda, do mesmo modo, apoiando-se nos seus oito membros de então, rapidamente eles se locomoviam em círculo. Eis por que eram três os gêneros, e tal a sua constituição, por que o masculino de início era descendente do sol, o feminino da terra, e o que tinha de ambos era da lua, pois também a lua tem de ambos; e eram assim circulares, tanto eles próprios como a sua locomoção, por terem semelhantes genitores. Eram, por conseguinte de uma força e de um vigor terríveis, e uma grande presunção eles tinham; mas voltaram-se contra os deuses, e o que diz Homero de Efialtes e de Otes é a eles que se refere, a tentativa de fazer uma escalada ao céu, para investir contra os deuses. Zeus, então, e os demais deuses puseram-se a deliberar sobre o que se devia fazer com eles, e embaraçavam-se; não podiam nem matá-los e, após fulminá-los como aos gigantes, fazer desaparecer-lhes a raça - pois as honras e os templos que lhes vinham dos homens desapareceriam - nem permitir-lhes que continuassem na impiedade. Depois de laboriosa reflexão, diz Zeus: "Acho que tenho um meio de fazer com que os homens possam existir, mas parem com a intemperança, tornados mais fracos. Agora, com efeito, continuou, eu os cortarei a cada um em dois, e ao mesmo tempo eles serão mais fracos e também mais úteis para nós, pelo fato de se terem tomado mais numerosos; e andarão eretos, sobre duas pernas. Se ainda pensarem em arrogância e não quiserem acomodar-se, de novo, disse ele, eu os cortarei em dois, e assim sobre uma só perna eles andarão, saltitando".
Logo que o disse, pôs-se a contar os homens em dois, como os que cortam as sorvas para a conserva, ou como os que cortam ovos com cabelo; a cada um que cortava mandava Apolo voltar-lhe o rosto e a banda do pescoço para o lado do corte, a fim de que, contemplando a própria mutilação, fosse mais moderado o homem, e quanto ao mais ele também mandava curar. Apolo torcia-lhes o rosto, e repuxando a pele de todos os lados para o que agora se chama o ventre, como as bolsas que se entrouxam, ele fazia uma só abertura e ligava-a firmemente no meio do ventre, que é o que chamam umbigo. As outras pregas, numerosas, ele se pôs a polir, e a articular os peitos, com um instrumento semelhante ao dos sapateiros quando estão polindo na forma as pregas dos sapatos; umas poucas ele deixou, as que estão à volta do próprio ventre e do umbigo, para lembrança da antiga condição. Por conseguinte, desde que a nossa natureza se mutilou em duas, ansiava cada um por sua própria metade e a ela se unia, e envolvendo-se com as mãos e enlaçando-se um ao outro, no ardor de se confundirem, morriam de fome e de inércia em geral, por nada quererem fazer longe um do outro. E sempre que morria uma das metades e a outra ficava, a que ficava procurava outra e com ela se enlaçava, quer se encontrasse com a metade do todo que era mulher - o que agora chamamos mulher - quer com a de um homem; e assim iam-se destruindo. Tomado de compaixão, Zeus consegue outro expediente, e lhes muda o sexo para frente - pois até então eles o tinham para fora, e geravam e reproduziam não um no outro, mas na terra, como as cigarras; pondo assim o sexo na frente deles fez com que através dele se processasse a geração um no outro, o macho na fêmea, pelo seguinte, para que no enlace, se fosse um homem a encontrar uma mulher, que ao mesmo tempo gerassem e se fosse constituindo a raça, mas se fosse um homem com um homem, que pelo menos houvesse saciedade em seu convívio e pudessem repousar, voltar ao trabalho e ocupar-se do resto da vida. E, então, de há tanto tempo que o amor de um pelo outro está implantado nos homens, restaurador da nossa antiga natureza, em sua tentativa de fazer um só de dois e de curar a natureza humana. Cada um de nós, portanto é uma téssera complementar de um homem, porque cortado como os linguados, de um só em dois; e procura então cada um o seu próprio complemento. 

domingo, 4 de maio de 2014

Desde as sete serei feliz!!!!

E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.

E eu não tenho necessidade de ti.

E tu não tens necessidade de mim.

Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"